Neste podcast a Dra. Viviane Barbosa , vai falar um pouco sobre a atuação da Fisioterapia em crianças autistas.
O transtorno do espectro do autista (TEA) é um transtorno relacionado ao desenvolvimento neurológico. Sua caracterização é feita pelos sinais e sintomas apresentados pela pessoa, que compreendem dificuldade em se comunicar, dificuldade de interação social e por interesses ou movimentos repetidos realizados pela pessoa.
A gravidade é variável podendo haver peculiaridades de acordo com a subjetividade da pessoa. O prognóstico é de acordo com possíveis intervenções, por isso, profissionais e familiares devem estar preparados para realizar intervenções corretas objetivando autonomia.
Inicia-se nos primeiros anos de vida e apenas em alguns casos os sintomas são aparentes logo após o nascimento. Na maioria dos casos a doença apenas é identificada após o primeiro ano de vida, período no qual há maior exigência da comunicação, nas relações sociais, no manuseio de objetos. O diagnóstico evita uma série de problemas para a criança. Normalmente o atraso no desenvolvimento motor e a regressão de habilidades já desenvolvidas sinalizam o aparecimento da doença, assim como apresentar dificuldade na relação com sons, ruídos e vozes em dado ambiente.
Característica importantes devem ser levadas em consideração. Em muitos casos, a criança não apresenta sorriso social, apresentando baixo contato ocular e demonstrar maior interesse por objetos a pessoas. O toque e a verbalização diminuída ou ausente podem ainda ser sintomas comuns na criança com autismo. Sendo necessário observar distúrbios do sono que muitas vezes pode ser um quadro grave e dificuldade de permanecer no colo da mãe com pouca resposta durante a amamentação. Essa avaliação pode contribuir para identificar o autismo ainda quando a criança não completou um ano.
Os casos de autismo aumentaram muito no mundo. Nos Estados Unidos da América entre 2000 e 2002, a cada 150 crianças 1 criança apresentava o transtorno. Já no ano de 2014 1 a cada 58 crianças apresentaram autismo no mesmo local de estudo. A prevalência é maior em meninos e 1/3 das crianças diagnosticadas apresentam deficiência intelectual. Ainda há relação do TEA com outros transtornos psíquicos e problemas motores.
Não são claros os avanços epidemiológicos da doença, mas fatores ambientais, sociais e genéticos já foram considerados, bem como idade dos país na concepção, negligência infantil, exposição medicamentosa ou a drogas no período pré-natal, pelo fator teratogênico, baixo peso e prematuridade.
Sinais de alerta para autismo
Seis meses: poucas expressões faciais, baixo contato ocular, ausência de sorriso social e pouco engajamento sociocomunicativo;
Nove meses: não faz parte de turno participativo, não balbucia, não olha quando chamado, não olha pra onde o adulto aponta, imitação pouca ou ausente;
12 meses: ausência de balbucios, não apresenta gestos convencionais como abanar para dar tchau, não fala mamãe ou papai, ausência de atenção compartilhada;
Em qualquer idade: perdeu habilidades.
Síndrome de Asperger
A síndrome de Asperger está classificada dentro do TEA. Pessoas com esse diagnóstico apresentam sintomas mais tardios, uma vez que esses sintomas excluem problemas iniciais com a linguagem verbal e cognição. Geralmente apresentam dificuldade de sustentar o olhar e poucas expressões faciais. Habilidades supranormais podem ser identificadas em muitos dessas crianças.
Crianças que apresentem qualquer sintoma relacionada ao TEA e que apresente comprovado atraso psicomotor deve ser encaminhada para avaliação por profissionais especializados.
A identificação precoce do autismo é muito importante. Os sinais clínicos podem ser identificados após o primeiro ano de vida. Para tal proposição um famoso instrumento foi criado. O instrumento de triagem MCHAT-R (Modifield Checklist for Autism in Toddlers) serve para identificar possíveis problemas relacionados e servir de orientação para os pais, quanto a estimulação correta. Esse instrumento é um teste de triagem, não sendo um teste diagnóstico. O objetivo do teste é identificar sinais precoces de autismo.
Quando o MCHAT-R se apresenta alterado, a estimulação adequada deve ser realizada evitando problemas futuros. Medidas como maior interação entre pais-criança, orientação quanto a sons e ruídos no lar, contato afetivo, condições do sono, tempo de exposição a instrumentos tecnológicos, alimentação e atividades ao ar livre devem ser avaliados.
O instrumento deve ser acionado durante a consulta do profissional e o objetivo é a busca de suspeita de TAE. Um resultado positivo não quer dizer que o mesmo tenha o diagnóstico de TAE, mas o teste pode indicar outros transtornos do desenvolvimento. O questionário é online e totalmente autoexplicativo e fácil de ser utilizado. São 20 questões claras com respostas objetivas (sim/não). Ao final um resultado será revelado indicando o baixo risco, o risco moderado ou alto risco.
Fonte: PEBMED
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