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Foto do escritorDr. Herberton Araújo - Fisioterapeuta

POSSO CORRER COM CONDROMALÁCIA PATELAR?

Logo de cara a RESPOSTA É NÃO...



Vamos entender um pouco sobre a Condromalácia Patelar


Cartilagem é o material que cobre as extremidades dos ossos onde eles entram em contato para se tornar a articulação. A cartilagem articular é um material muito durável que fornece uma superfície lisa e resistente ao impacto e permite que os ossos deslizem uns sobre os outros durante a faixa de movimento.


No joelho, por exemplo, isso ocorre durante atividades como caminhada, corrida e salto.

Muitos fatores podem contribuir para danos na cartilagem, incluindo degeneração relacionada à idade da cartilagem, peso excessivo, lesões repetitivas ou agudas.


Durante as atividades normais da vida, a cartilagem é exposta a uma pressão extrema. Essa pressão é aumentada significativamente durante atividades como corrida e salto. Pode ser ferido por este estresse repetitivo ou por um único evento traumático. A superfície da cartilagem pode ser arrancada da extremidade do osso, expondo a superfície óssea subjacente.


Ao contrário de outros tecidos do nosso corpo, a cartilagem ferida não tem a capacidade de curar, pois não tem um suprimento de sangue. Sem sangue, fatores de crescimento que iniciam a cura não podem chegar à área ferida e iniciar uma resposta de cura.



Dores na articulação do joelho são, de longe, as queixas mais comuns de quem pratica atividade esportiva, seja de um atleta regular ou de um praticante de finais de semana. Segundo a Sociedade Americana de Ortopedia, cerca de 40% dos problemas de joelhos diagnosticados estão relacionados com o desgaste da cartilagem patelar, a chamada condromalácia patelar, conhecida popularmente como “joelho de corredor”.


A condromalácia patelar é uma lesão muito frequente na população, especialmente entre as mulheres, e pode comprometer tanto a prática esportiva quanto a própria qualidade de vida de quem a possui. Também conhecida como “dor fêmur-patelar”, a condromalácia é uma patologia caracterizada pela degeneração da cartilagem do joelho, podendo ter vários graus de desgaste, desde uma fragilidade mais simples até um nível mais avançado de fissura e quebra do tecido.


As principais causas da condromalácia patelar são:

  • Má postura

  • Desalinhamento do quadril, patela e tornozelo

  • Desequilíbrio de força entre as pernas

  • Sobrecarga

  • Exercícios de Impacto (ex: corrida)

  • Subir e descer escadas

  • Agachar

  • Ficar muito tempo sentado

  • Caminhar em superfícies muito íngremes

  • Usar salto alto

A condromalácia patelar é classificada em 4 graus:

  • Grau I: Há um certo amolecimento da camada mais externa da cartilagem da patela. Pode haver dor e edema (inchaço);

  • Grau II: Há lesões na cartilagem com até 1,3 cm de diâmetro. As lesões ainda são pequenas e localizadas;

  • Grau III: As lesões são maiores que 1,3 cm de diâmetro;

  • Grau IV: Neste ponto, a cartilagem já sofreu tamanha erosão que é possível visualizar o osso subcondral que a sustenta.

Sintomas da condromalácia patelar


Os portadores de condromalácia podem sentir uma dor leve ao redor ou sob a rótula, que piora ao descer escadas ou rampas, durante e após a prática esportiva ou após ficar muito tempo sentado.


Inchaço, ruídos (como um “clique”) ao se movimentar e ardência podem estar presentes em alguns casos.


Entretanto, nem sempre a condromalácia causa dor, principalmente nos estágios iniciais. Por isso, é muito importante procurar um ortopedista ao primeiro sinal de desconforto.

Diagnóstico de condromalácia patelar

O diagnóstico é basicamente clínico, a partir dos sintomas, histórico e queixas do paciente. Exames de imagem, como raios X e ressonância magnética da região do joelho, são importantes para definir o quadro com precisão.

Tratamento da condromalácia patelar


Durante o período aguda da doença, ou seja, quando há dor e inflamação, é necessário que o indivíduo interrompa toda e qualquer atividade física.


Gelo, analgésicos e anti-inflamatórios podem ser utilizados nesse período para aliviar o desconforto.


Após o diagnóstico, é importante que o paciente inicie exercícios de reabilitação com fisioterapia, para fortalecer o quadríceps (músculo localizado na parte da frente da coxa) e melhorar a estabilidade do joelho. Essa etapa funciona como uma espécie de “proteção da cartilagem” e pode impedir ou retardar a progressão da doença. O uso de joelheira (que não tenha furo na região anterior) é um importante coadjuvante nessa fase. Ela auxilia no encaixe da rótula sobre o fêmur, promovendo melhor distribuição de cargas sobre a região e, consequentemente, reduzindo a dor.


O tratamento pode ser longo, levando de 6 a 12 semanas para surgirem os sinais de melhora.

Se a dor persistir mesmo com a reabilitação fisioterápica, pode ser indicada uma infiltração com ácido hialurônico para lubrificar a área e fortalecer a camada natural desse ácido que reveste a cartilagem.


Em casos mais avançados e refratários ao tratamento conservador, pode-se lançar mão de cirurgia. Por meio de artroscopia (técnica minimamente invasiva), o cirurgião remove fragmentos de cartilagem danificada, promove uma espécie de limpeza geral da articulação e pode realizar outros procedimentos (como soltura de tecidos fibrosos muito tensionados) para melhor eficácia.


Recomendações para quem tem condromalácia


  • Não fique muito tempo com o joelho flexionado. No trabalho, é importante levantar a cada hora para andar pequenas distâncias, fazer bastante alongamento e deixar a perna estendida sempre que possível;

  • Lembre que exercícios de fortalecimento do quadríceps são parte integrante do tratamento;

  • Mantenha o peso adequado. Qualquer sobrecarga pode prejudicar os joelhos;

  • Evite subir e descer escadas na primeira fase do tratamento;

  • Faça compressas de gelo a cada 20 minutos, pois elas podem ajudar a aliviar a dor.


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