Síndrome de Haglund
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Síndrome de Haglund

A primeira descrição das exostoses do calcâneo deve-se a Jacquet (1892), que estudava as alterações ósseas produzidas pela sífilis.



Um ano depois, Brackett descreveu a exostose retrocalcaneana, atribuindo-lhe a etiologia traumática, mas foi Haglund, em 1908, quem se aprofundou na análise da região posterior do calcâneo, relacionando suas principais características e variações anatômicas ao aparecimento da talalgia. Segundo esse autor, a fisiopatologia do quadro que hoje recebe o seu nome - doença ou síndrome de Haglund - seria decorrente da ação mecânica da eminência póstero-superior da tuberosidade posterior do calcâneo contra a bursa retrocalcaneana e o próprio tendão de Aquiles.


Vários métodos já foram descritos para o diagnóstico radiológico desta enfermidade, todos com grandes limitações práticas por apresentar variações muito amplas da normalidade, o que dificulta o diagnóstico de certeza.


A maioria dos autores concorda em afirmar que o tratamento cirúrgico é o mais indicado. Basicamente existem duas técnicas descritas para o tratamento da doença de Haglund, sendo nítida a predominância da bursectomia e ressecção da porção superior da tuberosidade posterior do calcâneo sobre as osteotomias cuneiformes de ressecção.


Quanto à abordagem da região posterior do calcâneo, há autores que preferem a via posterior transversa, outros que optam pelas vias longitudinais lateral ou medial e os que indicam a dupla via, que assegura que toda a massa óssea seja ressecada.


A maioria dos trabalhos sobre o assunto restringe-se aos casos em que seja demonstrável a hipertrofia de eminência póstero-superior da tuberosidade posterior do calcâneo, passando ao largo daqueles em que existe sintomatologia exuberante devida à tendinite calcária da inserção do tendão de Aquiles associada ou não à deformidade de Haglund.


Por ter sido exatamente nesses casos em que se concentraram nossa maior dificuldade técnica e insucessos no tratamento das talalgias, concebemos o presente estudo, que visa estabelecer nova metodologia de tratamento. Neste trabalho, além da sumarização técnica, apresentamos os resultados preliminares dos primeiros pacientes tratados.


Diagnóstico


É um processo lento, insidioso, de aumento gradual e dor na inserção do tendão do calcâneo. Dificuldade progressiva para usar sapatos de dorso fechado e dor depois de um período de repouso, como ao levantar-se a primeira vez pela manhã.

– Dor tipicamente localizada na bursa retrocalcânea. – Um osteófito degenerativo forma-se dentro do tendão.

Comumente associada com uma proeminência clínica do osso, e, nos casos graves, espessamento aumentado e consistência pastosa do tendão do calcâneo.


Exame clínico


O exame pode revelar uma contratura importante do complexo gastrocnêmio-sóleo.


Exame de imagens


Avaliação radiográfica com vista lateral em pé do calcanhar para avaliar a presença de esporões calcificados e a presença de um grande processo póstero-superior da tuberosidade calcânea.


Tratamento


Conservador:

Esse tratamento é realizado com fisioterapia, elevação do calcanhar colocada no sapato, AINE, exercícios de alongamento abrangentes da panturrilha, gelo aplicado na região diariamente e um coxim protetor de silicone. Pode-se usar 6 semanas de gesso curto de perna. Injeção de cortisona de doença na bursa retrocalcânea.

Cirúrgico:

Se tratamento conservador falhou. Exostose da proeminência óssea, bursectomia e reinserção do tendão calcâneo.


Fonte: Traumatologia e Ortopedia



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